quarta-feira, 14 de abril de 2010

Referenciais Curriculares do RS

Espaço para debate a partir dos Referenciais Curriculares do RS para o ensino de português e literatura. Inclua seu parágrafo crítico clicando em "comentários".

4 comentários:

  1. Os Referenciais Curriculares do RS apresentam uma nova modalidade de ensino, unindo as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura num único bloco de aprendizagem, sendo que o vigente sistema educacional procura estabelecer uma relação dicotômica entre as mesmas. Penso que é quase impossível separar o ensino da língua materna de sua respectiva literatura, pois há pontos de convergência inegáveis, que auxiliam o aluno na reflexão da materialidade linguística do gênero textual e literário a ser trabalhado, assim como na possibilidade de realização de um trabalho capaz de associar o texto literário com algum gênero textual (como propaganda, charge, tira, letras de música, etc.) presente em nossa sociedade. Dessa maneira, o aluno começa a perceber que não há uma barreira instransponível entre as disciplinas de Literatura e de Língua Portuguesa e vice-versa; entretanto, as semelhanças fazem com que o aluno inicie um duplo processo de letramento, ou seja, o literário e o lingüístico que, na maioria das vezes, ocorrem de formas separadas.
    Assim, a qualidade do ensino daria um salto imenso em relação às práticas pedagógicas atuais que tangem o ensino de Língua Portuguesa e Literatura, sendo que haveria mais tempo para trabalhar-se com textos literários, os quais dificilmente são apresentados pelo professor, devido ao escasso tempo de aula, impossibilitando a experiência de conhecer a língua por intermédio também da Literatura.

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  2. Tenho viva na memória as lembranças das aulas de OETD do professor Bica quando ele nos dizia que a escola tradicionalmente fragmenta e seleciona quais os conhecimentos que os alunos devem aprender. (Na verdade, seleciona os conteúdos, os conhecimentos já são outros quinhentos...) Ele costuma dizer que a organização das aulas em períodos de 45 min ou 50 min pressupõe que a cabeça do aluno é uma cômoda, onde ele armazena tal conteúdo e, ao tocar o sinal, fecha a gaveta e abre outra para outro conteúdo. Não lembro as palavras que o professor usava, mas era mais ou menos isso que ele queria dizer.
    Partindo do comentário do Pablo, onde ele afirma que “Língua Portuguesa e Literatura apresentam pontos de convergência inegáveis”, inicio uma profunda reflexão sobre o papel da escola nos dias de hoje.
    Talvez seja melhor eu me explicar. Concordo com a afirmação do Pablo, a qual transcrevi acima. Tal afirmação me fez pensar se não deveriam ser todas as disciplinas assim, unidas. Enfim, pensei na transdisciplinariedade, um ideal de ensino difícil de ser alcançado. [Cabe dizer que o novo ENEM já faz um movimento nesse sentido ao dividir a prova por áreas do conhecimento e não por disciplinas como tradicionalmente vinha sendo feito. Na verdade, esse movimento é ‘inter’disciplinar, uma vez que há a separação entre uma área e outra, diferente do que representa o prefixo ‘trans’disciplinariedade.]
    Acredito que não é apenas a área de Letras que passa por uma crise. Toda a educação está em crise, diz-se isso há muito tempo. No centro dessa crise está o papel da escola. Muitos discursos afirmam incansavelmente que só a educação pode mudar o mundo, mas muito pouco se faz para que essas mudanças aconteçam.
    No mundo globalizado que vivemos se torna cada vez mais difícil motivar nossos alunos a assistir a aula e a estudar. A escola sofre com a concorrência desleal com a internet, com os games, com as ruas, com as drogas, com a violência... Ainda mais quando a escola se torna um local onde apenas se reproduzem conceitos prontos, onde um senta atrás do outro (símbolo maior da desigualdade na sala de aula) e onde não se pode usar celular, mascar chiclete nem falar com o colega do lado.
    Com isso, acredito que toda a nossa estrutura educacional merece ser revista. Um ponto central nessa revisão é o currículo escolar e o PPP (Projeto Político Pedagógico). São movimentos pequenos que podem promover grandes mudanças. A carga horária semanal das disciplinas, por exemplo. Quem disse que Português e Matemática te que ter 5 horas/aula por semana e Literatura 1hora/aula? Isso é a escola que decide e, assim, deixa claro aos alunos o que é “importante” aprender e o que não é. Por que todas as disciplinas não têm o mesmo valor, a mesma carga horária semanal? Existe um conhecimento mais importante que outro na educação básica? [Ressalto o fato de ser educação básica porque básico é sinônimo de essencial e também porque, uma vez definida a área que vamos atuar, usando o nosso exemplo, a área de Letras, para nós é dispensável saber Limites e Derivadas, pois dificilmente aplicaremos esse conhecimento na nossa profissão].
    Entendo que fugi ao tema, os Referenciais Curriculares do RS, mas deixo aqui meu comentário porque foi a partir desse texto que iniciei esta reflexão.

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  3. Penso que a Jô não foge ao tema dos Referenciais do R.S. em seu comentário como ela mesma sugere ao final, mas sim deixa registrado todo movimento pelo qual nossa aprendizagem vem passando, e a percepção de que o conhecimento não fica divididinho em determinadas repartições de nossas cabeças ajuda a buscar recursos e metodologias para que as aulas se tornem mais interessantes.
    Recuperar assuntos que inicialmente estão atribuídos a essa ou aquela diciplina, fazendo links com o foco do tema trabalhado proporciona que os alunos vejam essa ligação,associem ao que é concreto e usual em suas vidas,talvez isso ajude a aula a tornar-se mais interessante,inindo a utilização dos recursos de forma favorável ao ensino.Aliar internet revistas e jornais de forma contextualizada só facilita o entendimento dos diversos gêneros além de exemplificar o uso.
    Acredito na interdiciplinaridade mas muito ainda precisa ser feito, os primeiros passos já estão sendo dados e os referenciais curriculares do R.S. são um grande exemplo desta movimentação.

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  4. Os Referenciais Curriculares do RS nos trazem um novo olhar para as disciplinas de língua portuguesa e literatura, um olhar que as unem, onde uma ajuda a compreender a outra.
    Penso que este olhar é uma pratica que ajuda na melhor compreensão dos alunos, pois uma disciplina dialogando com a outra mostra para os alunos a relação que há entre elas e também faz com que a aprendizagem das disciplinas caminhem juntas.
    Acredito que com esta pratica o professor trabalharia ainda mais com texto em sala de aula, e com isso o aluno poderia perceber mais os aspectos da língua através da literatura e o contrario também.

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