segunda-feira, 12 de abril de 2010

Teorias linguíticas e ensino e língua

Espaço para debate a partir do texto de Gregolin (2007) sobre "teorias linguísticas e ensino de língua". Inclua seu parágrafo crítico clicando em "comentários".

6 comentários:

  1. De acordo com o texto “O que quer, o que pode esta língua?” é possível reconhecer a importância da lingüística para o avanço do ensino de língua no Brasil. O texto inicia fazendo um breve resumo sobre o percurso do ensino de língua portuguesa em nosso país, desde o objetivo de homogeneizar a língua até a heterogenização da mesma, e para chegar a este ponto a lingüística teve importante papel, pois introduziu na sala de aula o texto, o discurso e o gênero, tudo isso sem desprezar a gramática. Como afirma a autora, o ensino vive em constante crise, porém essa crise serve para trazer à tona novas discussões sobre o ensino. Acredito que com o avanço da lingüística nas faculdades de Letras, o ensino tende a ser cada vez mais próximo da realidade dos alunos, pois a lingüística não despreza a variação lingüística, e professores formados sob essa concepção tendem a tornar o ensino de língua cada vez mais heterogêneo, sem preconceitos lingüísticos. “Aprender língua é tornar-se leitor e produtor de textos, saber utilizar a linguagem nas diferentes situações da vida social.” (pág.68), é sob essa perspectiva que devemos nos basear para ensinar língua portuguesa aos falantes nativos, pois ensinar de uma forma distante da realidade brasileira, com normas que não fazem parte do nosso dia-a-dia, não é ensinar língua portuguesa. Ler, escrever e saber se comunicar deve ser o objetivo da disciplina de língua portuguesa dentro da sala de aula.

    ResponderExcluir
  2. A autora Maria do Rosário Gregolin faz um percurso histórico sobre o ensino de língua no Brasil, ressaltando as questões sociais que o envolvem a partir de uma perspectiva crítica em relação ao emprego da gramática normativa, que perpassa os séculos, vista como única forma de aprender-se “corretamente” a língua. Com isso, as teorias lingüísticas surgem para colocar à prova esta prática pedagógica secular, com o objetivo de olhar para as variações dialetais existentes em nosso país, não se deixando levar pelo interesse monopolizador das elites intelectuais, que ditam as prescrições necessárias para manutenção de seu status quo. A meu ver, a linguística tem um papel fundamental no ensino de Língua Portuguesa, pois ela visa romper esses paradigmas engessados há décadas, os quais servem a uma minoria, geralmente, formada por pessoas que ainda alimentam o conservadorismo da língua, considerando os novos métodos de comunicação uma prática abominável (como a internet, a mensagens enviadas pelo celular, as gírias, entre outros), havendo a necessidade de preservar a “língua de Camões”. Gostaria de saber, se Luís Vaz de Camões foi o fundador da Língua Portuguesa no mundo? Claro que aparecerão professores elitistas de Literatura, os quais destacam o legado camoniano como o mais perfeito e exemplar de todos os tempos. Não cabe aqui discutir a contribuição do poeta do vale do rio Tejo a literatura mundial, mas sim a hipocrisia predominante na sociedade, assim como em muitos meios acadêmicos que privilegiam, ainda, o português falado na península Ibérica.
    Outro aspecto relevante, que a autora aborda, é a visão da literatura relacionada à aplicação da gramática no ensino de língua, ocorrida no início do século passado com os modernistas Monteiro Lobato e Oswald de Andrade, que adiantaram a posição da linguística em algumas décadas sobre a metodologia prescritiva, até então, vigente. Isso demonstra a ligação que há entre Literatura e Língua Portuguesa, como se observa nos Referenciais Curriculares do RS, os quais sugerem a unificação em apenas uma modalidade de ensino, para que atual dicotomia não prejudique o desenvolvimento pedagógico dos alunos. Portanto, a proposta de trabalho em conjunto com tais disciplinas, que se referem à produção e análise da linguagem, oferece um horizonte alentador para o ensino, no que se diz respeito reelaboração de antigos métodos e aplicação de novos, fazendo com que os educandos possam ser considerados aptos interlocutores para enfrentar os desafios do dia-a-dia, bem como bons artífices das palavras.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. A história do ensino da Ligua Portuguesa descrita no artigo de Gregolim é tão importante para os futuros professores ,quanto para o conhecimento dos alunos.Já ouvi vários comentários a respeito do ensino da LP e as perguntas são sempre as mesmas:"pra quê me serve saber o que é um adjunto,predicativo... se quando falo nem me lembro disso!" Acho muito importante que o alunos saibam o porquê das mudanças no ensino ,mesmo que de forma suscinta,dizer a um aluno que as regras gramaticais são assim e está acabado não faz sentido nenhum,e como disse a autora, a decoreba todo mundo esquece.
    Eu mesmo sou um exemplo disso ,pois, assistindo as aulas de LP estou aprendendo ou recordando?Fico refletindo sobre a questão e penso que o trabalho sob uma perspectiva discursiva vai além das normas, trazendo uma significação para o aprendizado e mostrando ao aluno que a língua não algo que está fora do nosso entendimento,ela nos constitui ,não importando a variedade, lugar,ou classe social

    ResponderExcluir
  5. Neste texto, Gregolin aborda diversas questões, principalmente, ligadas às contribuições da lingüística no Brasil com relação ao ensino de língua e sua relevância social em diferentes momentos históricos. Para tanto, a autora buscou na história possíveis explicações para tais questões que hoje são vistas sem que se leve em conta os progressos e os processos pelos os quais estas passaram. A mesma ainda discute a questão da neutralidade do sujeito, a medida que este adota certo ponto de vista para contar/escrever sobre história, ou seja, por mais que tentemos nos afastar dos fatos narrados, a nossa linguagem está carregada de sentidos (valores, ideologias, intenções,etc.), assim, o nosso texto reflete o modo como olhamos para o passado.
    Outro ponto bastante interessante está ligado ao fato de que a crise do ensino de língua, ao contrário do que pensamos, também nos trouxe vários ganhos, dentre os quais a autora destaca que, um dos principais ganhos é que hoje a língua deve ser ensinada sob a perspectiva discursiva, o que de fato não seria possível sem que algo tivesse motivado essa tal mudança no tange o modo de ver o ensino de língua. Logo, essa crise no ensino de língua, bem como a crise teórica que se instalou a partir da oferta da lingüística no cursa de letras, contribuíram diretamente para o embate que se teve entre as ideias da lingüística e as ideias da gramática, em especial a normativa, fazendo com que as concepções de língua e ensino fossem mudadas e repensadas em vários momentos, e consequentemente que se pensasse sobre o papel da língua na sociedade como construtora da nossa identidade, agora brasileira e não mais “portuguesa”.
    Já num outro momento, Gregolin chama atenção para o fato da separação que se faz das atividades de leitura e produção de textos com relação às aulas de português (ou aprendizagem da gramática normativa, segundo a mesma), pois como se sabe, geralmente as práticas de redação são ofertadas separadamente das aulas de português e num turno inverso ao que o aluno estuda, isto é, quando esta é oferecida. Esta é uma prática que sem dúvida é mantida pela maioria das escolas, e pior que isso, os professores ainda continuam com a idéia errônea de que se os alunos dominam regras gramaticais estes saberão ler melhor e conseguirão escrever bons textos, o que na verdade não faz sentido algum. Defendo que escrever um texto, assim como ler e interpretar o mesmo vai muito além do que saber regras gramaticais, inclusive, para se ter uma idéia, alguns estudos apontam que pessoas que têm pouco conhecimento dessas regras, quando o têm, muitas vezes produzem textos muito mais coerentes e coesos, e até mesmo conseguem interpretar melhor certo texto do que alunos que passam anos estudando-as, ou melhor, decorando-as para passar de ano. Sendo assim, é possível percebermos, como afirma a própria autora, que “entre a língua da escola e a língua da vida, há um fosso intransponível”, ou seja, o aluno não consegue de fato utilizar os conhecimentos “adquiridos” (se é que se pode dizer que são conhecimentos, quando na realidade, são regras decoradas) em situações reais de uso.
    Um outro aspecto importante abordado pela autora tem a ver com o equívoco que se tinha e que se tem até hoje quando se trata das teorias lingüísticas, pois há pessoas que pensam que a linguística defende que devamos abandonar a gramática do ensino de língua. Não há como apagar e negar sua relevância, sua história ou sua importante função na preservação da língua, pelo contrário, a lingüística não nega a gramática, mas soma-se a ela e leva-nos a refletir sobre fatos que talvez devam ser repensados e que por sua vez, a gramática não dá conta, como por exemplo, no que diz respeito às variedades linguísticas e ao fato de se pensar na língua em uso, enfim para a lingüística a língua é vista como algo maleável e não estanque como vê a gramática.

    ResponderExcluir
  6. O texto, " O que quer, o que pode esta Língua?" nos traz um pouco da história do ensino de lingua portuguesa no Brasil, passando por vários momentos, como o pensar na língua culta, o aparecimento da oralidade na literatura, entre outros.
    O texto ainda nos traz assuntos como as mudanças ocorridas, tanto na língua quanto no ensino, as teorias linguíticas, etc.
    Acredito que pensar na comunicação, no sentido, nas várias formas e gêneros, nos ajudam a compreender mais e mais a língua.

    ResponderExcluir